quarta-feira, 27 de agosto de 2008

POESIA - I

Abri o tempo lançando um peão vestido de prata
para o silêncio da resposta.

Atirei o alazão para a cela branca do infinito
aonde o galope se desdobra.

Saiu um bispo até ao lado esquerdo do mundo,
com a alma cheia de segredos.

Surge a dama tão poderosa como bela,
tão ameaçadora como indefinida.

O mundo estava mais que redondo
quando simultaneamente o rei e a torre mudaram o rumo.

Chegou o tempo de arremessar outro peão,
como solução indeterminada para outros silêncios.

É assim um campo de batalha requintado no abismo
do xadrez invisível e dos prodígios do pensamento.



in "RIOS DO INTERIOR", de José Manuel Teixeira

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